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Marcas do Dilúvio - III

sábado, 30 de janeiro de 2010

Dando continuidade em nosso estudo sobre a veracidade ou não de um Dilúvio Universal conforme é relatado na Bíblia.

COMPARANDO OS NOMES

Mais interessante que a comparação dos números é a equiparação fonética entre os patriarcas bíblicos e os nomes que aparecem nas listagens mesopotâmicas. No capítulo anterior já fizemos uma breve referência ao nome de Adão que também aparece modificado nesses documentos. Aqui vamos nos deter em apenas duas listas (uma cuneiforme e outra de Beroso) e compará-las com o texto Bíblico. A correspondência genealógica entre elas não será, é claro, absolutamente exata. Não obstante, a semelhança entre alguns nomes é incrível!

Antes, porém, é importante mencionar que os nomes próprios geralmente provêem de raízes etimológicas que são adaptadas a um idioma derivado ou a um acento regional que os modifica. O nome Jesus que na região sul é pronunciado com um "e" mais fechado torna-se, no nordeste, Jésus (com ênfase no "e" bem mais aberto). Os americanos já pronunciam de maneira ainda mais diferenciada. Eles dizem algo como Jzeezâz com um alongamento do "e" e uma típica marcação da última vogal "u" pronunciada como se fosse um "a". Mas, em qualquer um desses três casos, a grafia pemaneceu inalterada. Todos escrevem "Jesus".

Noutros casos, a adaptação do nome pode demandar uma variação maior de letras ou de formato. Temos como exemplo o nome brasileiro "Vagner" que é uma pequena alteração - apenas na letra "V" - do alemão "Wagner" que quer dizer "construtor de vagões". Para os ingleses a alteração foi um pouco maior, "Waggoner", embora a base fonética tenha permanecido a mesma.

Nas línguas antigas o fenômeno lingüístico era o mesmo. O deus-sol, por exemplo, recebia no antigo tronco semita o nome de Shamash. Mas o acentuado sotaque hebraico fez com que o Antigo Testamento o vertesse para Shemesh como podemos encontrar em Jeremias 43:13 (5). No idioma ugarítico a mudança foi ainda maior, que sua vocalização passou a ser Shapsh. Isso esclarece a afirmação de que Adam e Adapa podem ser variações do nome de Adão.

Munidos destas informações vejamos o paralelismo lingüístico entre as listagens sumeriana, de Beroso e da Bíblia:

lista

É claro que, como já foi dito, nem todos os nomes de patriarcas bíblicos possuem uma correspondência clara para longe de qualquer questionamento. Mesmo os especialistas mais renomados debatem entre si quanto à grafia e a correlação exata entre alguns nomes. Para alguns, Alarapus teria se corrompido e se transformado em Abel. Para outros, seria um correspondente de Sete ou até mesmo Adão.

Porém a despeito de algumas divergências, é reconhecido no mundo acadêmico que alguns pares de nomes possuem uma correspondência muito interessante que não pode ser ignorada, vejamos alguns casos:

1. AMELON, o terceiro nome que da lista de Beroso, é claramente derivado de Enmenluanna - coincidentemente, o terceiro também da lista cuneiforme. Ambas as formas parecem vir da raiz amelu, que significa "homem" em acadiano. Ora, na lista genealógica de Adão (Gen 5:6) o terceiro nome que aparece é o de Enos (no hebraico enosh), que também significa "homem".

2. AMMENON, que não parece possuir correspondente na lista cuneiforme, vem provavelmente do acadiano ummanu que quer dizer "artífice". Cainan (cuja abreviatura seria Caim) também significa "artífice" ou "aquele que trabalha com metais" - uma óbvia relação temática com o acadiano. Quanto à falta de correspondente entre esse termo e lista cuneiforme, devemos nos lembrar que a genealogia de Cristo apresentada por Lucas também acrescenta nomes que não aparecem em Gênesis 5 ou I Crônicas 1:1-4. Abreviações e omissões voluntárias de alguns nomes não são impossíveis de ocorrer no trabalho do escriba.

Onde ela está?

"Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: farás compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora.
Desta maneira a farás: o comprimento da arca será de trezentos côvados [
133 ou 155 metros], a sua largura de cinqüenta [22 ou 26 metros] e a sua altura de trinta [13 ou 15 metros].
Farás na arca uma janela e lhe darás um côvado [
cerca de 50 centímetros] de altura; e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com andares, baixo, segundo e terceiro." Gênesis 6.14-16

A variação dos tamanhos se deve ao fato de não se saber se a medida era em côvado mesopotâmico ou egípcio (da época de Moisés). De qualquer modo, 1 côvado corresponde a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio.

"No sétimo mês, no dia dezessete do mês, repousou a arca sobre os montes de Ararate.
E as águas foram minguando até o décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes."
Gênesis 8.4-5

O relato bíblico original descreve que a arca repousou sobre as "montanhas de RRT", que em hebraico é o antigo reino de Urartu (leste da atual Turquia e norte do Irã), região da antiga Armênia, mais tarde traduzido para Ararate como é conhecido até hoje. Como este nome foi herdado do antigo reino, não se pode afirmar com certeza que "montanhas de RRT" sejam a cadeia formada pelos dois montes que formam o Ararate, pois a região é recheada de montanhas altas. Aliás, o nome Ararate foi atribuído no ano de 1105.

Muitos têm ido ao famoso monte mas nada encontram além de uma grande rocha coberta pela neve que acreditam ser a arca fossilizada. Arqueólogos e aventureiros fazem excursões ao Ararate nos meses de Agosto e Setembro (época de verão na Turquia), quando a neve derrete, na esperança de colherem dados sobre o objeto com fotos e filmagens.

image

Uma outra história surgiu a partir de uma foto aérea em 1959, onde mostra uma formação rochosa em formato de navio, levando o governo da Turquia a aceitá-la como a verdadeira Arca estabelecendo em 20/6/1987 o Parque Nacional da Arca de Noé.

Documentário sobre a descoberta: clique.

Recentemente o canal National Geographic fez um documentário sobre o assunto:

Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante,fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia. Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia (Numeira e Bab Edh-ra) e no Egito (Saqqara, Giza). Também foi colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount Sifting Project, localizado em Jerusalém.

Referências:

Origins, Ariel A. Roth

A Arqueologia e os Enigmas da Bíblia, Louis Frederic

Escavando a verdade, do Doutor e Pastor Rodrigo P. Silva, capítulo 7, Testemunhos do Dilúvio.

O artigo Escavando a verdade, do Teólogo Luiz Gustavo de Assis.

E a Bíblia tinha razão, de Werner Keller, com citações das descobertas de Leonard Wooley.

A História da Vida, do jornalista Michelson Borges, capítulo 6, pags. 144 a 146.

Ciência da Criação – Hugo Hoffmann

Arqueologia e Escatologia Bíblica – A Arca de Noé

Marcas do Dilúvio - II

Para continuar o artigo anterior Marcas do Dilúvio – I gostaria de, nesse artigo tirar as dúvidas de muitos que acreditam que o dilúvio foi um acontecimento local como até eu mesmo sugeri no primeiro artigo da série “Marcas do Dilúvio”, e também deduzir: Existem relatos não Bíblicos do Dilúvio? E se existe não seria o relato diluviano do Gênesis apenas um plágio do que outros escreveram? Tentarei explicar de forma mais clara e precisa tudo isso e muito mais nesse segundo artigo.

Dilúvio: Acontecimento Local?

Estava lendo um livro cujo nome é “Origins”, de Ariel A. Roth, e no livro existia um trecho falando sobre o dilúvio que me deixou simplesmente boquiaberto. O texto falava sobre a possiblidade do dilúvio ter sido um fato local, como até eu mesmo havia sugerido no primeiro artigo da série Marcas do Dilúvio. Mas como eu não esperva ele deu um estalo na minha mente, o texto dizia que “se o dilúvio fosse realmente um fato local, eu poderia com certeza dizer que Deus não existe, pois dilúvios locais são realmente comuns em diversas partes do mundo, então se ele disse que não mandaria outro dilúvio, ele seria um grande mentiroso.”

Relatos não Bíblicos sobre o Dilúvio?

A mais antiga versão do Dilúvio que conhecemos vem de um tablete bastante danificado que conta a história de um certo herói chamado Ziusudra. Infelizmente mais de 80% do texto encontra-se perdido e, como resultado, a maior parte da história é obscura e difícil de ser resgatada. Apenas umas poucas passagens podem ser lidas com certo grau de certeza e, pelo que sabemos, trata-se do relato de uma imensa inundação que há tempos abateu sobre o planeta Terra, mais Ziusudra conseguiu sobreviver a ela.

Outras versões, no entanto, estão bem mais preservadas que esse épico e seu achado ajudou bastante na reconstrução dos antigos relatos sumerianos acerca do Tablete de GilgameshDilúvio. O mais completo e bem conhecido é o "épico de Gilgamesh". Ele foi encontrado por Hormuzd Rassam que substituiu o pioneiro Henry Layard nas escavações de Nínive, em 1852.

Após dois anos de árduo trabalho desenterrando os alicerces do palácio de Assurbanipal, Rassam foi recompensado com o achado da biblioteca real, a qual continha mais de 30 mil tabletes de argila reunindo o conhecimento milenar de povos do Tigre e Eufrates. Embora os documentos fossem datados do 7º século a.C. ficou claro que muitos deles (inclusive o épico de Gilgamesh) eram cópias de materiais muito mais antigos que remontavam a uma tradição do segundo milênio antes de Cristo.

Mas como saber que o Dilúvio não é uma cópia destes e muitos outros relatos de um dilúvio universal não Bíblicos?

A história é longa e o que nos interessa está no tablete n.º 11 da coleção. Ela diz que Gilgamesh tinha um amigo chamado Utnapishtim que ganhara a imortalidade e, semelhante ao Noé bíblico, conseguiu sobreviver às águas do Dilúvio. Ele havia sido previamente avisado pelo deus Ea (7) (senhor das águas e criador da humanidade) que uma imensa inundação se abateria sobre os homens. Assim, caso quisesse se salvar, Utnapishtim deveria construir uma embarcação de madeira e piche, capaz de carregar a semente da vida de cada espécie.

Finalmente, o barco ficou pronto e Utnapishtim, munido de todos os seus tesouros, entrou a bordo do barco com sua família, seus artesãos e os animais que havia recolhido. Então fechou a porta e aguardou. Finalmente, uma torrencial tempestade caiu sobre a Terra durando seis dias sem parar. O desastre foi tão imenso que até os deuses ficaram assustados e fugiram para os lugares mais altos dos céus que ficavam na montanha celeste de Anu. Eles se encolhiam como cães assustados.

No sétimo dia após o início da tempestade, o barco encalhou no topo do monte Nissir (no Curdistão) e ali permaneceu por mais seis dias. No sétimo dia, Utnapishtim solta uma pomba para ver se as águas haviam baixado, mas ela retornou, pois não havia encontrado terra firme.

Seguro de que as águas haviam baixado, Utnapishtim saiu da arca com os animais e seus companheiros e, imediatamente, ofereceu um cordeiro aos deuses que respiraram a fumaça do sacrifício e se mostraram satisfeitos.

Como podemos perceber, existe um fato que passa despercebido: O épico é puramente politeísta enquanto o relato Bíblico é totalmente monoteísta, portanto o que podemos supor é que o relato Bíblico do Dilúvio não é uma cópia, e sim uma correção destes muitos relatos fora da Bíblia que falam de um dilúvio universal.

Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante,fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia. Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia (Numeira e Bab Edh-ra) e no Egito (Saqqara, Giza). Também foi colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount Sifting Project, localizado em Jerusalém.

Referências:

Origins, Ariel A. Roth

A Arqueologia e os Enigmas da Bíblia, Louis Frederic

Escavando a verdade, do Doutor e Pastor Rodrigo P. Silva, capítulo 7, Testemunhos do Dilúvio.

O artigo Escavando a verdade, do Teólogo Luiz Gustavo de Assis.

E a Bíblia tinha razão, de Werner Keller, com citações das descobertas de Leonard Wooley.

A História da Vida, do jornalista Michelson Borges, capítulo 6, pags. 144 a 146.

A torre de Babel

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O relato da torre de babel é sem sombras de duvida uma das mais famosas historias do antigo testamento, a biblia nos fala que os descendentes de Nóe tentaram fazer uma enorme torre para tentar alcançar o céu, ou seja eles não haviam aprendido a lição com o desastre que arrasou com o planeta milhares de anos antes, mas será que essa historia pode ser verdade por mais incrível que pareça? A resposta é sim, pois alguns estudos indicam que a origem das línguas surgiu em apenas um lugar, repare também que existe escritos de povos relatando que Deus ficou furioso com o ultraje deles e como punição lhes confundiu a língua, mas o que será que a arqueologia afirma que a famosa torre de babel pode ter existido? A resposta é sim, vários arqueólogos acreditam que a torre era um zigurate de sete andares de Etemenanki é o maior encontrado na região da mesopotâmia , alguns acreditam que quem começou a construir essa torre foi Cus que mais para frente passou para Nimrod seu filho a missão de terminá-la, mas Deus não gostou nem um pouco desse intento deles e para impedir tal construção acabou confundindo a língua dos homens que se espalharam sobre a terra.

Em busca de Adão e Eva

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Parte 1


Parte 2


Parte 3

Marcas do Dilúvio - I

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A vida na Terra deve ter sido muito difícil para Adão e seus pimeiros descendentes. Ela estava cheia de iniquidade, morte e tentação. Então Deus falou a Noé que ele deveria construir uma arca para salvar ele e sua família da destruição do dilúvio.
Esta fantástica história tem raízes em todo lugar, mas principalmente na Mesopotâmia, já que a Bíblia fala que o Éden ficava por ali, pois Gênesis 2:14 (clique para ler o versículo) faz menção da localização do Éden e diz que saía um rio do mesmo e este se dividia em quatro braços: Pisom, Giom (ambos ainda não encontrados até hoje), Tigre e Eufates, que hoje se localizam no Iraque, e que antigamente era a Mesopotâmia, tanto que o nome Mesopotâmia, a junção de meso+potamos, significa "entre rios", entre os rios Tigre e Eufrates.

Em vários tabletes da Mesopotâmia, se encontram diferentes histórias, do mesmo tema, o dilúvio. Segundo o Doutor e Pastor Rodrigo Silva, em seu livro Escavando a verdade, ele diz que é uma "mesma lógica usada em relação à historicidade de Adão, ou seja, que esses documentos refletem um episódio que realmente ocorreu no passado da humanidade." Werner Keller tem certeza e fala em seu livro "E a Bíblia Tinha Razão" que não é só na Mesopotâmia que encontramos relatos do dilúvio, na Grécia, Austrália, Índia, Polinésia, Tibete, Caxemira, e em muitas outras civilizações. Serão todas mitos, lendas, produtos da imaginação? É bem provável que elas reflitam a mesma catástrofe universal.

Uma das descobertas arqueológicas que podem comprovar o dilúvio, foi descoberta por um arqueólogo britânico chamado Leonard Woolley, em um sítio de Ur. Ele estava à procura de túmulos reais, quando resolveu cavar cinco metros a mais, abaixo de um pavimento de tijolos e encontraram uma camada de limo do dilúvio (limo é uma espécie de lodo/lama). Cavaram e descobriram restos de uma antiga Ur que existiu antes do dilúvio. Retiraram do solo cacos de jarros de barro que eles podiam datar com segurança, 2700 anos a.C.
Por meios de sondagens pode-se estabelecer a extensão total da enorme inundação. Ela cobriu, ao nordeste do golfo pérsico, uma extensão total de 630 km de comprimento por 165 km de largura. Visto nos mapas atuais, foi apenas um acontecimento local, mas para a época, aquele era todo o seu mundo. E, pela idade das camadas pode se calcular uma estimativa para esse acontecimento. Ocorreu por volta de 4000 a.C! [Werner Keller]

Em um dos seus artigos, Luiz Gustavo de Assis diz que "a semelhança dos muitos relatos sobre o dilúvio ao redor do mundo com a versão bíblica é impressionante. Em ambos os relatos os personagens principais são avisados por uma divindade que uma grande destruição estava prestes a vir e que um barco deveria ser construído para sua proteção. Esse fato revela que os judeus não inventaram tais histórias. Embora os tabletes da biblioteca real sejam do sétimo século a.C., o texto é muito antigo. Alguns sugerem que os escritores hebreus simplesmente copiaram estas histórias e as batizaram com uma roupagem monoteísta. Todavia, a presença de narrativas semelhantes a estas em culturas tão diversas ao redor do mundo, nos sugerem que o mesmo evento foi a fonte para tais relatos (veja mais no artigo "Escavando a Verdade")." Ele também cita que "por vários anos, acreditou-se que as histórias da criação e do dilúvio universal eram lendas apenas dos judeus. Porém, escavações nas ruínas de Nínive, antiga capital do Império Assírio, apresentaram ao mundo os documentos da biblioteca real de Assurbanipal II, que viveu no sétimo século a.C. Duas epopéias importantes na literatura do Antigo Oriente Médio foram encontradas em seus registros. São elas: Enuma Elish, um relato sobre a criação, e Gilgamesh, uma versão do dilúvio."

É interessante notar, como as pesquisas tem comprovado o dilúvio. No livro História da Vida, nas páginas 144, 145 e 146, o jornalista Michelson Borges faz menção do avistamento do que sobrou da arca no monte Ararat (Turquia) por aviadores russos em 1917. Essa notícia foi publicada pelos principais jornais do mundo em 1923. As descobertas foram entregues ao Czar. Mas dias depois do czar ter recebido os relatórios e as fotos, o governo russo foi derrubado pela Revolução Bolchevista. Em 1883, o governoturco enviou uma expedição ao monte para vistoriar os danos causados por um terremoto. O grupo relatou a descoberta da parte frontal de uma barca antiga a 4.200 metros, na montanha. Tiraram medidas, entraram na arca e relataram ter visto estábulos e jaulas na embarcação, mas não houve muita repercussão na época devido ao sucesso da teoria evolucionista de Darwin.

Finalizo este texto com a declaração de um geólogo adventista, relatada no livro História da Vida, de Michelson Borges: "Provavelmente, a maior descoberta arqueológica de todos os tempos - a arca de Noé - esteja sendo preservado providencialmente para, no momento certo, ser revelada ao mundo, como um monumento, prestando silenciosamente sua homenagem ao Criador e Mantenedor da vida, o mesmo Deus que amorosamente deseja implatar em nosso ser a Sua própria imagem, para que possamos habitar eternamente em Sua companhia, no Novo Céu e na Nova Terra, finalmente restaurados." [Dr. Nahor Neves Souza]

Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante,fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia. Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia (Numeira e Bab Edh-ra) e no Egito (Saqqara, Giza). Também foi colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount Sifting Project, localizado em Jerusalém.

Fontes:

Escavando a verdade, do Doutor e Pastor Rodrigo P. Silva, capítulo 7, Testemunhos do Dilúvio.
O artigo Escavando a verdade, do Teólogo Luiz Gustavo de Assis.
E a Bíblia tinha razão, de Werner Keller, com citações das descobertas de Leonard Wooley.
A História da Vida, do jornalista Michelson Borges, capítulo 6, pags. 144 a 146.

Mitos da Criação-parte 2

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Apesar das discrepâncias entre os mitos de criação, há também coincidências que surpreendem. Em meu livro Por Que Creio (CPB), publiquei uma entrevista com o doutor em Teologia com especialidade em Arqueologia, Rodrigo Pereira da Silva. Nela, Rodrigo mostra algumas dessas “coincidências” impressionantes. Ele aponta documentos como o Enuma Elish, o Épico de Atrahasis e o Épico de Gilgamesh como tendo fortes paralelos com a descrição bíblica da criação do mundo, a queda do ser humano e a vinda de um dilúvio sobre a Terra. “Por causa dessas similaridades, alguns historiadores têm sugerido que o relato bíblico não passa de um plágio de documentos mais antigos. Entretanto, as diferenças (que são muito mais significativas que as similaridades) fazem supor não uma cópia de material, mas antes uma referência múltipla aos mesmos eventos”, comenta Rodrigo.

K. A. Kitchen escreveu, em Ancient Orient and Old Testament: “A suposição comum de que este relato [bíblico] é simplesmente uma versão simplificada de lendas babilônicas é um sofisma em suas bases metodológicas. No antigo Oriente Próximo, a regra é que relatos e tradições podem surgir (por acréscimo ou embelezamento) na elaboração de lendas, mas não o contrário. No antigo Oriente, as lendas não eram simplificadas para se tornar pseudo-história, como tem sido sugerido para o Gênesis.”

Muitos pesquisadores como Levi Strauss, que consideram o relato da Criação um mero mito, admitiram que uma grande surpresa e perplexidade surge do fato de que esses temas básicos para os mitos da Criação são mundialmente os mesmos em diferentes áreas do globo.

A. G. Rooth analisou cerca de 300 mitos de criação encontrados entre tribos indígenas norte-americanas e concluiu que, a despeito de certa variação de costumes e outros fatores culturais, os mais variados grupos concordavam em alguns temas principais. Por que essas similaridades de idéias míticas e imagens abundam em culturas tão distantes umas das outras? Rodrigo responde: “A resposta, creio, não poderia ser outra senão a de que todas as tradições se encontram num mesmo evento real que, de fato, ocorreu em algum ponto da história antiga. Esse evento tem que ver com uma criação divina do planeta Terra e uma conseguinte queda moral da humanidade, que então se coloca à espera da redenção prometida.“

As similaridades dos mitos, portanto, apontam para o mesmo evento: a criação do mundo por uma Divindade. As diferenciações, “floreios” e distorções, ficam por conta dos homens que se encarregaram de redigir suas versões da história da Criação. E é aqui que começa o problema.

Acredito que tenha havido um dedo do inimigo de Deus aí. E como tudo o que ocorre neste mundo tem relação direta ou indireta com o grande conflito cósmico entre o bem e o mal, não seria demais supor que Satanás ajudou a difundir as mais absurdas idéias sobre a origem do Universo e da vida. Assim, numa era mais esclarecida, fundamentada no pensamento científico, nivelar os mitos de criação com o relato de Gênesis seria algo quase inevitável. E foi, de fato, o que ocorreu.

Mas qual é o interesse do inimigo nisso? Simples. O livro de Gênesis é a base de toda a cosmovisão do cristianismo, bem como do judaísmo e do islamismo, religiões que, juntas, abarcam grande parte da população mundial. Especialistas em Novo Testamento dizem que a doutrina de Cristo está edificada sobre a revelação do Antigo Testamento, que, por sua vez, repousa inteiramente sobre o relato de Gênesis. Se a história da queda não aconteceu de fato, Adão e Eva não cometeram pecado e não havia do que a humanidade ser salva. Assim, a crença na morte expiatória de Cristo perde completamente seu significado. Você compreende as implicações? Entende por que modelos científico-filosóficos como o evolucionismo ganharam tanto espaço, especialmente entre as culturas de formação judaico-cristã? Entende por que o ceticismo, o materialismo e o ateísmo avançaram tanto? Minimizando o relato da criação de Gênesis e igualando-o aos demais mitos das culturas ancestrais, acredito que Satanás conseguiu fazer as pessoas considerarem a Bíblia um alicerce frágil, incapaz de prover respostas para as grandes questões sobre a origem de tudo.

Satanás sabe que Deus é o Criador Todo-Poderoso que pode, pelo mesmo poder que trouxe tudo do nada à existência, recriar o ser humano pecador à Sua imagem. Sabe que homens e mulheres só podem ser plenamente realizados numa relação de amizade e comunhão com Seu Criador; por isso faz de tudo para que as pessoas se afastem do único caminho que as pode tornar verdadeiramente felizes.

Com os diferentes mitos de criação, o inimigo de Deus começou a preparar o palco chamado Terra para seus diabólicos atos seguintes, sempre com o mesmo objetivo: afastar homens e mulheres do Criador e de Sua revelação escrita, distorcendo-Lhe o caráter e arrebanhando mais e mais figurantes para sua peça macabra.

Não se esqueça: o anjo caído não dá ponto sem nó. Seus planos vêm sendo arquitetados há muito e logo chegarão a um desfecho. Precisamos estar apercebidos disso.

(Leia, por exemplo, Gênesis 1:1, Jó 12:7-9, Neemias 9:6 e Hebreus 1:10 e 11:3, para ter uma amostra das declarações bíblicas sobre a criação de Deus.)

Michelson Borges

Mitos da Criação-parte 1


A Bíblia pinta o quadro da Criação e da Queda de forma simples e direta (o primeiro verso de Gênesis diz: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”). E se os primeiros capítulos de Gênesis fossem aceitos como relato histórico fidedigno, muitas dúvidas a respeito dos efeitos da maldade sobre o mundo e mesmo sobre o caráter de Deus seriam desfeitas. Afinal, como explicar a existência da morte, das doenças, das tragédias, da violência e de todas as mazelas que parecem fazer parte inerente da humanidade? Como aceitar que um Deus de amor crie flores e também espinhos? Como aceitar que, para sobreviver, animais tenham que se alimentar uns dos outros? Teriam a cadeia alimentar e a morte sido criadas como elementos constitutivos normais da criação de Deus? Difícil aceitar essas contradições e fácil entender por que muitos acabam enveredando pelos caminhos do ceticismo e do ateísmo.

Mas por que será que essa resistência quanto à historicidade do livro bíblico de Gênesis tem se intensificado cada vez mais? É comum ver livros, artigos, filmes e estudiosos de diversas áreas – inclusive teólogos – apresentando o relato da Criação como uma alegoria ou “conto da carochinha”. Na verdade, o inimigo de Deus vem preparando o terreno para isso faz muito tempo. E começou com os chamados mitos de criação.

Quando os relatos de culturas antigas a respeito da criação do mundo são analisados, logo de início se pode perceber a diferença entre eles e o texto bíblico sobre as origens. Note alguns deles:

Após Anu ter criado os céus,
E os céus terem criado a terra,
E a terra ter criado os rios,
E os rios terem criado os canais,
E os canais terem criado o pântano,
E o pântano ter criado o verme,
O verme procurou Shamash chorando,
Suas lágrimas se derramando diante de Ea:
“O que me darás como comida,
O que me darás para beber?”
“Eu te darei o figo seco
E o damasco.”
“O que representam eles para mim? O figo seco
E o damasco!
Eleve-me, e entre os dentes
E as gengivas deixe-me morar!...”
Por teres dito isto, ó verme,
Possa Ea destruir-te com a força da
Sua mão!


Esse texto faz parte de um encantamento contra o verme que os assírios de 1000 a.C. imaginavam que provocava a dor de dente. Ele começa com a origem do Universo e termina com a “cura” da dor de dente.

Agora leia estes outros:

“O que são vocês? De onde vieram? Nunca vi algo como você.” O criador Raven olhou para o homem e ficou... surpreso em descobrir que aquele novo ser estranho era muito parecido com ele. – Mito esquimó da criação.

Na Arean estava sozinho no espaço como uma nuvem que flutua no nada. Não dormia porque não havia sono, não estava faminto porque não havia fome. Assim permaneceu por muito tempo, até que veio um pensamento à sua mente. Disse a si mesmo: “Eu farei uma coisa.” – Mito do Maiana, Ilhas Gilbert.

Primeiro havia o grande ovo cósmico; dentro do ovo era o caos, e flutuando no caos estava P’an Ku, o Não Desenvolvido, o divino Embrião. E P’an Ku brotou do ovo, quatro vezes maior do que qualquer homem de hoje, com um martelo e um cinzel em suas mãos, com os quais moldou o mundo. – Mito de P’an Ku, China (por volta do século 3).

A criação do mundo não terminou até que P’an Ku morreu. Somente sua morte pôde aperfeiçoar o Universo: de seu crânio surgiu a abóbada do firmamento, e de sua pele a terra que cobre os campos; de seus ossos vieram as pedras, de seu sangue, os rios e os oceanos; de seu cabelo veio toda a vegetação. Sua respiração se transformou em vento, sua voz, em trovão; seu olho direito se transformou na Lua, seu olho esquerdo, no Sol. De sua saliva e suor veio a chuva. E dos vermes que cobriam seu corpo surgiu a humanidade. – Ibidem.

Embora seja um erro usar valores e símbolos de nossa própria cultura na interpretação de mitos de outras culturas, há detalhes que se repetem nos diversos mitos e que são impossíveis de se passar por alto. Invariavelmente os mitos fazem referência a deidades limitadas, que por vezes não sabem exatamente o que fazem, criam as coisas por acidente ou até morrem. Noutros casos, os deuses são violentos, vingativos e cheios de paixão (como os deuses do panteão grego, por exemplo). Há mitos que mencionam animais falando por si sós e coisas inanimadas dando origem espontaneamente à vida, isso quando a própria natureza, ou elementos dela, não são divinizados.

Sem querer fazer uma análise do ponto de vista da antropologia cultural (deixemos isso para os antropólogos), quero apenas ressaltar que, à medida que o tempo passava e as comunidades humanas se espalhavam a partir do ponto de origem, os relatos a respeito da Criação iam tomando contornos próprios e incorporando elementos que, comparados ao relato bíblico, soam bastante estranhos. (Embora praticamente todos os mitos concordem num ponto: o Universo teve um início.) [Continua...]

Michelson Borges

Babel - o encontro dos deuses

terça-feira, 30 de dezembro de 2008


Cada cidade-estado da Suméria era governada por um patesi que seria ao mesmo tempo o supremo sacerdote e chefe militar absoluto. Os deuses regionais eram os proprietários de todas as terras a quem os homens deveriam servir, sendo as cidades suas cidades terrenas. Junto aos templos e as cidades, homenageando o seu deus patrono, eram erigidas enormes torres em forma piramidal chamadas zigurates. Elas eram feitas de tijolos maciços e serviam de santuários ou acesso aos deuses quando eles desciam à Terra para visitar o seu povo.
Os zigurates eram para os sumérios uma espécie de link entre o céu e a Terra. Provavelmente, o sonho de Jacó visualizando uma escadaria que vinha do céu em direção à Terra, tenha relação direta com essa imagem cultural ainda presente em sua época (Gn 28:10-22).
Diferentes do Egito, os governantes mesopotâmicos, salvos das raras exeções, não eram tidos como deuses, mas eram considerados seus representantes e intermediários. Logo, sua autoridade era divina e não podia ser questionada por aqueles que viviam em sua jurisdição.
Ninrode certamente viu nesta "política divina" a oportunidade de unificar politicamente a região e ter o controle sobre as cidades-estados que viviam em constantes guerras, produzindo sucessivas hegemonias territoriais. Se ele promovesse a paz e conseguisse se estabelecer como o procurador-geral de todos os deuses, ganharia a confiança do povo e o obrigaria os governantes regionais a lhe prestarem obediência. Foi talvez por isso que ele empreendeu o maior projeto arquitetônico de todos os tempos: construir o mais gigantesco de todos os zigurates, a torre de Babel.
Até o nome do Edifício foi escrito a dedo. Babel (que os hebreus propositalmente chamavam de Bavel, "confusão") vem do acadiano bab-ilu que quer dizer "portal de Deus". Com isso seus construtoresqueriam dizer que, enquanto deuses menores usavam os zigurates locais para se comunicar com o povo, o chefe dos deuses (Anu ou Enlil) usava o zigurate de Babel para descer a Terrra. Portanto todos os povos deveriam estar ali para adora-lo, mesmo que fossem devotos de outro deus local, pois sua religiosidade pessoal não os permitiria se ausentarem desta grande coletividade ecumênica que traria paz e união na terra do crescente fértil.
Em 1872, George Smith descobriu um tablete cuneiforme que trazia o seguinte relato acerca da edificação de um zigurate que provavelmente poderia ter sido a torre de Babel:
"A Edificação desta torre ofendeu a todos os deuses. Numa noite eles [deitaram abaixo] o que homem havia construído e impediram seu progresso. Eles [os construtores] foram espalhados e sua língua se tornou estranha."
Novamente a arqueologia encontrou uma evidência do relato bíblico, dessa vez da confusão de línguas ocorridas em Babel.
Um outro fragmento de tablete foi encontrado posteriormente, contendo 27 linhas. O texto é uma carta endereçada ao "senhor de Arrata". O remetente desconhecido solicita ao rei que lhe permita ser seu vassalo, pois os tempos estavam muito difíceis. Ele, então, relembra ao monarca que houve uma era de ouro na Mesopotâmia em que havia "harmonia nos idiomas da Suméria" e "todo o universo, em uníssono [adorava] a Enlil em uma só língua..."
Atualmente, vários zigurates parcialmente preservados foram localizados na região do Iraque. Muitos deles datam de mais de 2.000 anos antes de Cristo e podem ter sido construídos nos dias de Ninrode. Difícil é saber se algum deles é, porventura, o que restou da torre de Babel. Mas, de qualquer forma, é interessante observar que seus tijolos são queimados e colados com betume, justamente como a Bíblia descreve o processo de construção da torre em Gênesis 11:3.

Baseado no livro "Escavando a verdade", de Rodrigo P. Silva, pags. 72, 73, 74.

Período Patriarcal: Folclore judeu ou fonte histórica confiável?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008


Na sua infância, você provavelmente brincou de telefone sem fio. E deve ter rido, como todos, ao descobrir que aquilo que havia ouvido e passado para frente não tinha quase nenhuma relação com a palavra inicial da brincadeira. Quando recebemos uma mensagem que passou por muitos interlocutores até chegar a nós, a tendência natural é questionarmos a sua veracidade. Numa aula que tive num curso de extensão em Egiptologia na USP, o professor comparou, ironicamente, o Antigo Testamento da Bíblia com esta diversão de criança. A metáfora parece clara. Para ele, o relato bíblico atual, resultado de diversas cópias feitas ao longo dos séculos, não poderia refletir com muito grau de certeza o que saiu da mente dos autores bíblicos.
Esta opinião também é compartilhada por muitos historiadores e teólogos. Alguns estudiosos como Donald Redford, John Van Seters, Thomas L. Thompson, afirmam que os relatos dos patriarcas, descendentes diretos de Noé e antecessores do povo judeu, são criações fictícias produzidas em tempo muito posterior do que o reivindicado pelos defensores da Bíblia. Logo, não possuiria valor histórico.
Philip Davies, acadêmico da Universidade de Sheffield, Inglaterra, costuma fazer declarações mais ousadas. Sua opinião é que as histórias (estórias) patriarcais foram escritas no período persa (4º século a.C.), ou até no período grego (3º século a.C). Como confiar num texto escrito mais de 1.500 anos depois do seu conteúdo narrado? Estes relatos são meras lembranças historicamente editadas ou documentos fidedignos?
Pegadas de camelos
Um dos argumentos prediletos dos defensores da composição das narrativas patriarcais entre os 6º e 3º séculos a.C é a menção de camelos nas histórias de Abraão, Isaque e Jacó (Gênesis 12:46; 24:10-11; 31:17). Segundo eles, apenas no período babilônico ou persa, entre o 6º e o 5 século a.C., o uso e a domesticação de camelos foi conhecido no antigo Oriente Médio.
Porém, a arqueologia tem descoberto diversos documentos que mencionam a existência e domesticação deste animal no terceiro e principalmente no segundo milênio a.C., a época em que o escritor bíblico situa a existência dos patriarcas.
Um texto sumeriano, por exemplo, do ano 2.000 a.C. foi encontrado em Nippur, na Mesopotâmia. O conteúdo do documento fala sobre o uso do leite da fêmea desta espécie. Vale lembrar que para se obter leite de um animal é necessário que ele seja domesticado.
Em Byblos, na antiga Síria, foi descoberta uma figura incompleta de um camelo ajoelhado datada entre o 19º e 18º séculos a.C. Outra descoberta envolve um dicionário mesopotâmico que menciona o animal, bem como sua domesticação. A data deste documento é provavelmente entre 2.000 e 1.700 a.C.
Randall Younker, arqueólogo da Universidade Andrews, Michigan (EUA), pôde ver em Assuã, no Egito, um desenho esculpido na rocha de um homem guiando um camelo por uma corda. A inscrição ao lado do desenho sugere a data de 2.300 a.C.
Finalmente, as escavações nas ruínas de Ur dos caldeus, cidade de Abraão, trouxe à tona uma representação em ouro de um camelo ajoelhado. Este objeto foi fabricado no período da 3ª dinastia (2.050 a.C.) desta importante cidade no passado. Diante dessas evidências, parece não ser muito incoerente ver a domesticação de camelos como uma técnica que remonta ao 3º e 2º milênio a.C.
Vestígios nos nomes
Assim como na língua portuguesa, a cultura do Oriente Médio também apresenta alguns nomes que, comuns no passado, caem em desuso com o passar dos anos. Vejamos alguns exemplos. Terá, o nome do pai de Abraão, é comum em textos assírios do fim do 3º milênio a.C. com a grafia Til Turakhi. Abraão, nome de um dos mais importantes personagens da Bíblia, foi encontrado nos tabletes cuneiformes descobertos nas ruínas da cidade de Ebla (ver foto), na Síria. A grafia aba-am-ra-am nos textos de Ebla é bem parecida com o hebraico ‘avraham.
Ya’qub-el, nome de um chefe de um grupo de semitas chamado hicsos, é similar ao nome Jacó (Ya’akov). Este nome foi encontrado num texto do 18º século a.C. em Chagar-Bazar, na Alta Mesopotâmia.
O nome de um dos filhos de Jacó, Benjamin, era comum na língua acadiana em meados dos 2º milênio a.C., com a forma binu-yamin. Aser e Issacar, nomes de outros dois filhos de Jacó, foram encontrados numa lista egípcia do 18º século a.C.
De forma significativa, estes nomes são dificilmente encontrados entre o 6º e 3º séculos a.C., a data que os críticos da Bíblia afirmam que ela foi escrita. Depois do período patriarcal, não encontramos nenhum personagem bíblico chamado Abraão ou Jacó. Mais uma vez a crítica não parece se deparar com mais uma evidência arqueológica.
Marcas na cultura
A descoberta dos mais de 20 mil tabletes da biblioteca da cidade de Nuzi (ver foto), na Mesopotâmia, foi uma contribuição importante para verificar se as narrativas patriarcais eram historicamente confiáveis, uma vez que os textos ali encontrados eram do 3º e 2º milênio a.C. Se as histórias contadas pela Bíblia são verdadeiras, devemos encontrar o mesmo ambiente histórico nestes documentos de Nuzi. Veremos três exemplos a partir destes documentos e como eles foram importantes na compreensão do ambiente bíblico.
Em um destes tabletes há o caso de um casal que não podia ter filhos e conseqüentemente, não tinham com quem deixar a herança da família. Como solução deste problema, havia o costume de se adotar um servo e torná-lo herdeiro das posses do casal que o adotou. Este é o mesmo costume praticado por Abrãao no livro de Gênesis 15:2. Ele e sua esposa não tinham filhos, já que ela era estéril. Sendo assim, o personagem bíblico adotou um dos seus servos, chamado Eliézer.
Porém, de acordo com as leis de Nuzi, se mais tarde o casal tivesse um filho, o herdeiro perderia tal status. Curiosamente, quando nasceu o filho de Abraão e Sara, Isaque, Eliézer, o herdeiro até ali, perdeu seu direito sobre a herança do casal bíblico.
Uma das histórias mais intrigantes do Gênesis é aquela em que Esaú, um dos filhos de Isaque, troca seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas preparado por seu irmão Jacó. Por mais absurda que esta prática possa parecer, os textos de Nuzi a apresentam como um costume bem conhecido na região do antigo Oriente Médio. Em um dos textos, por exemplo, certo homem, Tupkitilla, troca sua herança por três ovelhas do seu irmão.
Em Gênesis 31:19, temos a estranha atitude de Raquel, uma das esposas de Jacó, roubar os ”ídolos do lar“ (ver foto) de seu pai Labão, já que a sua família era monoteísta. Esta passagem só foi entendida após as descobertas dos textos de Nuzi. Em um dos tabletes se encontra a história de um homem chamado Nashwi que adotou um jovem cujo nome era Wullu. O texto diz que quando seu pai adotivo morreu, ele, Wullu, tornou-se proprietário das suas terras, isso porque ele tomou posse dos “ídolos do lar” que lhe pertenciam. Quando Raquel roubou os pequenos ídolos do seu pai, ela se tornou a proprietária das suas terras, essas esculturas eram uma espécie de escritura.
A pergunta que fica é: se a arqueologia tem confirmado muitos costumes descritos na Bíblia, no período em que ela descreve, porque a mensagem que esse livro tão controverso traz não seria digna da mínima confiança? O preconceito deve ficar fora desta resposta!

Luiz Gustavo Assis é formado em Teologia e é capelão do colégio Adventista de Esteio, RS.

Usos e costumes patriarcais


Donald Redford, John Van Seters, Thomas L. Thompson, importantes nomes no estudo do Antigo Testamento (AT), afirmam com veemência que as histórias do período patriarcal são na realidade criações fictícias produzidas no exílio babilônico e não possuem valor histórico. Esses são alguns dos autores utilizados pelas revistas parciais em suas matérias sobre o Pentateuco, sendo que boa parte deles estão fundamentados nos trabalhos do alemão Julius Welhausen (1844-1918).

Um dos principais argumentos utilizados na defesa de uma data recente para a composição do material patriarcal (VII-V a.C) é a menção de camelos nas histórias de Abraão (Gn. 12:46), Isaque (24:10-11), Jacó (31:17) e José (37:25). Um dos maiores nomes da arqueologia no século passado, William F. Albright, afirmou que o uso de camelos no Gênesis deve ser considerado como um anacronismo. Um ótimo exemplo de anacronismo é o que aprendemos na escola: “Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil em 1500”, mas o Brasil não se chamava Brasil em 1500! Em outras palavras, o que Albright disse é que a menção de camelos no texto bíblico é atribuir a ele algo que não é necessariamente real. Além dele, Speiser, autor de um excelente comentário sobre o primeiro livro do AT (The Anchor Bible), disse que a menção de camelos é no mínimo suspeita.

Porém, a arqueologia tem trazido à luz diversos documentos que mencionam a existência e domesticação de camelos no III e principalmente no II milênio a.C., a época em que a Bíblia situa a existência dos patriarcas. Um texto sumeriano do ano 2000 a.C. encontrado em Nippur, por exemplo, menciona não só a existência, mas também o leite de camelo. Ora, para se obter leite de um animal, ele deve ser domesticado! Foi encontrada também em Byblos a figura incompleta de um camelo ajoelhado datada entre os séculos XIX e XVIII a.C. Além desses exemplos, uma lista léxica mesopotâmica também menciona o animal, bem como sua domesticação. Sua composição deve ter ocorrido entre 2000 e 1700 a.C.

Num dos escombros das casas da antiga cidade mesopotâmica chamada Mari, foram encontrados ossos de camelos que datavam entre os séculos XV-XIV a.C. O arqueólogo francês André Parrot foi o responsável pela escavação. Mas as evidências não param por aí.

O arqueólogo adventista Randall Younker, responsável pelo Departamento de Arqueologia Bíblica da Andrews University, menciona num trabalho não publicado uma representação em ouro de um camelo ajoelhado encontrado nas ruínas de Ur dos caldeus, a cidade de Abraão, fabricado no período da III dinastia da cidade (2050 a.C). Não só isso, mas também um desenho esculpido na rocha de um homem guiando um camelo por uma corda, em Assuã, no Egito. O texto que acompanha sugere a data 2300 a.C.

A menção de camelos por parte do escritor bíblico não deve ser considerado como as histórias de Alladin com seus camelos na Arábia. Elas são atestadas pela história e pela arqueologia.

A mesopotâmia é um cenário fundamental na narrativa de Gênesis. Foi ali que Abraão viveu; a esposa de Isaque era natural de lá; e Jacó morou ali por muitos anos. Duas das descobertas mais esclarecedoras para uma melhor compreensão dos costumes patriarcais foram a da biblioteca da cidade de Nuzi, com aproximadamente 20 mil tabletes e a da cidade de Mari, com seus 25 mil documentos. Um caso similar ao da adoção do servo Eliézer feita por Abraão, por este não ter filhos, pode ser encontrada num dos textos de Nuzi. Se mais tarde o casal tivesse um filho legítimo, aquele que foi adotado perderia seu status de herdeiro. Foi exatamente o que aconteceu com Eliézer no nascimento de Isaque.

Uma das principais histórias do Gênesis é aquela em que Esaú troca sua primogenitura por um prato de lentilha preparado por Jacó. Práticas assim também são conhecidas em Nuzi, onde vemos um certo Tupkitilla trocando sua herança por três ovelhas do seu irmão! A curiosa atitude de Raquel em roubar os ”ídolos do lar“ (Gn 31:19) é atestada nesses tabletes. Num deles lemos a história de um homem chamado Nashwi que adotou um jovem Wullu. O texto continua dizendo que quando seu pai adotivo morreu, ele se tornou proprietário das suas terras, isso porque ele tomou para si os ídolos do lar que lhe pertenciam. Por que Raquel roubou os ídolos do lar de seu pai? Para se tornar dona de todas as propriedades dele!

O ambiente histórico da narrativa bíblica patriarcal é claramente confirmado pelas descobertas arqueológicas e qualquer tentativa de negá-la pode ser comparada a um homem que olha para um computador e insiste em dizer que é uma máquina de escrever!

Luiz Gustavo Assis é formado em Teologia e é capelão do colégio Adventista de Esteio, RS.

Placa de 700 a.C. traz relato de Destruição de SODOMA

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


Cientistas britânicos conseguiram decifrar as inscrições cuneiformes de um bloco de argila datado de 700 a.C. e descobriram que se trata do testemunho feito por um astrônomo sumério sobre a passagem de um asteróide - que pode ter causado a destruição das cidades de Sodoma a e Gomorra.

Conhecido como "Planisfério", o bloco foi descoberto por Henry Layard em meados do século 19 e permanecia como um mistério para os acadêmicos.

O objeto traz a reprodução de anotações feitas pelo astrônomo há milhares de anos.

Utilizando técnicas computadorizadas que simulam a trajetória de objetos celestes e reconstroem o céu observado há milhares de anos, os pesquisadores Alan Bond, da empresa Reaction Engines e Mark Hempsell, da Universidade de Bristol, descobriram que os eventos descritos pelo astrônomo são da noite do dia 29 de junho de 3123 a.C. (calendário juliano).

Segundo os pesquisadores, metade do bloco traz informações sobre a posição dos planetas e das nuvens e a outra metade é uma observação sobre a trajetória do asteróide de mais de um quilômetro de diâmetro.

Impacto

De acordo com Mark Hempsell, pelo tamanho e pela rota do objeto, é possível que este se tratasse de um asteróide que teria se chocado contra os Alpes austríacos, na região de Köfels, onde há indícios de um deslizamento de terra grande.

O asteróide não deixou cratera que pudesse evidenciar uma explosão. Isso se explica, segundo os especialistas, porque o asteróide teria voado próximo ao chão, deixando um rastro de destruição por conta de ondas supersônicas, e se chocado contra a Terra em um impacto cataclísmico.

Segundo os pesquisadores, o rastro do asteróide teria causado uma bola de fogo com temperaturas de até 400ºC e teria devastado uma área de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados.

Hempsell afirma que a escala da devastação se assemelha à descrição da destruição de Sodoma e Gomorra, presente no Velho Testamento, e de outras catástrofes mencionadas em mitos antigos.

O pesquisador sugere ainda que a nuvem de fumaça causada pela explosão do asteróide teria atingido o Sinai, algumas regiões do Oriente Médio e o norte do Egito. Hempsell afirma que mais pessoas teriam morrido por conta da fumaça do que pelo impacto da explosão nos Alpes.

Segundo a Bíblia, Sodoma e Gomorra foram destruídas por Deus como resposta a atos imorais praticados nas cidades. Acredita-se que elas eram localizadas onde hoje fica o Mar Morto.[BBCBrasil]

Comentário: " Mais de 2300 anos desde que começou a ser escrita... A ciência apenas corrobora os relatos a cada dia. Não é atoa que muitos a odeiam... A verdade pode doer, incomodar, mas será sempre a verdade... Apesar de todas as provas de que podemos acreditar nos escritos bíblicos, percebe-se uma clara tendência humana (da "mídia") em criar histórias "objetivas" para explicar o sobrenatural, e quanto às especulaçoes, tomemos cuidado."

Fonte: http://www.mundocriado.com/2008/04/placa-de-700-ac-traz-relato-de-destruio.html

SODOMA:Salgada demais para ser real????

quarta-feira, 23 de abril de 2008


São muitas as histórias do Antigo Testamento (AT) que soam mais como fábulas do que como realidade. Um exemplo disso é o relato da cidade de Sodoma, uma das cinco cidades da campina do Jordão que Ló escolheu para habitar (Gn 13:10-13). É importante notar que boa parte das vezes em que ela é mencionada no texto uma nota negativa a acompanha (Gn 13:13; 18:20; 19:5, etc.), e todas elas se referindo a problemas de comportamento moral e sexual. Isso é tão verdade que na língua portuguesa a palavra "sodomia" traz a idéia de aberração sexual. Essa palavra veio do nome Sodoma.

Os profetas que se levantaram ao longo da história do povo de Israel viam a história de Sodoma como real (Am 4:11), e também o próprio Jesus mencionou algo a respeito dela (Mt 10:15). Qual o valor de uma lenda numa sentença de juízo? Em outras palavras, que diferença faria a história dos três porquinhos na repreensão de um pai a seu filho de 25 anos?

Os autores bíblicos criam nessa narrativa. Mas será que só a Bíblia menciona uma cidade que foi destruída por causa do seu pecado? Os achados arqueológicos sugerem algo sobre esse tema? Há evidências de uma cidade chamada Sodoma fora das Escrituras? A resposta é sim, existe!

Em meados dos anos 1960, G. Pettinato e P. Matthiae foram os responsáveis pela descoberta da antiga cidade de Ebla (Tell Mardikh), a principal cidade síria do III milênio a.C. Como toda grande cidade do passado, Ebla possuía uma vasta biblioteca de aproximadamente 17 mil tabletes cuneiformes. Um desses tabletes foi publicado por Pettinato em 1976, e revelou algo surpreendente. A inscrição falava sobre cinco cidades: Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar. A mesma seqüência que aparece em Gênesis 14:2 e 8.

Ebla era um grande centro comercial, mantinha relações econômicas com diversas cidades do antigo Oriente Médio e foi destruída pelo rei Naramsin de Akkad, por volta de 2300 a.C. Assim, fica demonstrado que existia uma cidade chamada Sodoma no mesmo período em que a Bíblia a situa.

E quanto à sua localização geográfica? As Escrituras fornecem algumas pistas sobre sua posição. Em Gênesis 14:3, lemos que Sodoma estava no “vale de Sidim (que é o mar salgado)”, provavelmente o Mar Morto. Em 1924, William F. Albright e M. Kyle, grandes nomes da Arqueologia, visitaram uma região nessas proximidades chamada em árabe de Bab-Edh-Dhra. Ali eles encontraram vários restos de um santuário cananeu que datava de 2800-1800 a.C. Quarenta anos depois, Paul Lapp, juntamente com a sua equipe, realizou a primeira escavação e encontrou o cemitério da cidade que ficava a um quilômetro de distância do centro. Foi nessa época que Lapp e Albright relacionaram esse sítio arqueológico com a bíblica Sodoma e sugeriram a idéia de que o local era no passado grande centro religioso das cidades da planície. Um detalhe é bem sugestivo: na região da cidade foram encontradas várias camadas de cinza com alguns metros de espessura!

No cemitério, a evidência é mais impressionante ainda. Existia um estilo de sepultamento na cidade em que uma cova muito profunda era cavada e vários corpos eram ali depositados com os seus pertences (numa tumba foram colocadas 250 pessoas!); mas no período da destruição o estilo era outro. Uma casa mortuária era colocada sobre o corpo, mais ou menos como as capelinhas que vemos em alguns cemitérios atuais, mas logicamente bem menores. Todas essas casas mortuárias estavam queimadas e a primeira sugestão foi de que o fogo começou dentro e se espalhou para fora. Porém, estudos avançados foram feitos e constataram que o fogo começou no telhado que cedeu e se espalhou por dentro. Como explicar isso? Vulcão? Incêndio? Um conquistador colocou fogo no local? Nenhuma dessas respostas é satisfatória. Como um incêndio começaria num cemitério que ficava a um quilômetro da cidade? Por que um conquistador colocaria fogo num cemitério?

Avaliemos a situação: na cidade temos camadas de cinza e no cemitério cinza e marcas de fogo. Bryant Wood, arqueólogo cristão da atualidade, afirmou que a Arqueologia não tem respostas para esse fenômeno. Por outro lado, a Bíblia fornece a resposta: foi Deus quem destruiu essas cidades com fogo e enxofre (Gn 19:23-29).

Mas por que um Deus de amor (1Jo 4:8) destruiria uma cidade de forma tão violenta? A resposta pode ser encontrada em Judas 7. Ali lemos que Sodoma foi destruída por causa da sua prostituição. Em grego, a palavra é porneia, que deu origem ao nosso vocábulo "pornografia". A idéia básica de porneia é toda e qualquer relação sexual, dentro ou fora do casamento, não aprovada por Deus. Adultério, fornicação, masturbação é apenas uma pequena amostra de uma vasta lista de degradações. Quando olhamos para a triste história de Sodoma, vemos um Deus que é amor, mas também é justo. “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Que triste notícia para aqueles que querem continuar no pecado.


Luiz Gustavo Assis é formado em Teologia e é capelão do colégio Adventista de Esteio, RS.