Brasileiros descobrem tumba inédita no Egito

sexta-feira, 22 de março de 2019

Túmulo contém sete corpos e está localizado abaixo da Tumba Tebana 123, na Necrópole de Luxor. Equipe arqueológica é a primeira coordenada por brasileiros no país árabe.
A primeira missão de arqueológica liderada por brasileiros no Egito finalizou a etapa de escavação deste ano com a descoberta de uma tumba inédita. Na primeira fase das escavações da Tumba Tebana 123 (TT 123), na Necrópole de Luxor, no Egito, a equipe coordenada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi até o final de um poço de mais de quatro metros de profundidade, onde encontrou uma nova tumba com sete corpos. O grupo realiza pesquisas em Luxor desde 2017. 

A etapa durou 48 dias, acabou em 25 de fevereiro e faz parte do Projeto Amenenhet. “Nos concentramos na estrutura externa da TT 123. O pátio tinha um poço e ele levou à descoberta de uma nova tumba. Lá havia sete indivíduos enterrados. É uma sala pequena, sem decoração, provavelmente do que chamamos de 3º período intermediário, já no final da história faraônica. O mais interessante é que muito provavelmente a gente escavou a escavação [já realizado] de um arqueólogo do final do século 20”, detalhou o professor do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, José Roberto Pellini, à ANBA, por telefone. 


Arqueólogo se prepara para escavar o poço
que levou à descoberta da tumba
A tumba é considerada inédita já que, após vasculharem os registros egípcios em busca de algum sinal de que já tivesse sido estudada, o grupo brasileiro não encontrou nada. “Sabemos que esta é uma área em que as tumbas não foram trabalhadas. Para mim, está associado ao fato de que tinham pessoas morando nelas”, apontou Pellini. O poço que precede a nova tumba tem dois metros por um de largura e 4,5 metros de profundidade. “Os indivíduos estavam bem cuidados. Só que provavelmente houve um desabamento. Demorou 35 dias para escavar tudo isso. Na frente da câmara tinham algumas peças de cerâmicas, mostram sinais de que foram quebradas e remontadas. Encontramos materiais do século 20, que correspondem a como a população atual utilizava esse poço para estocar grãos, comidas. Encontramos bastante material ‘qrnawi’”, explicou o professor. Segundo ele, a população que ocupou as tumbas em séculos passados e as utilizaram como moradia, chamavam a Necrópole Tebana de ‘qrna’ e, portanto, quem ali residia ficou conhecido como ‘qrnawi’. 

 Até três metros de escavação, a equipe encontrou evidências da ocupação da tumba como moradia, como roupas, latinhas de comida e tabaco. Abaixo disso, uma grande quantidade de materiais faraônicos. “Provavelmente, foi cavada rapidamente. Os corpos encontrados eram de três adultos e quatro crianças. Não sabemos ainda a quem pertence. E, provavelmente, não vamos saber, pois não tinha decoração e nenhum indício que nos remeta. Os restos são muito poucos. Vamos continuar estudando o material dessa tumba para ver se descobrimos informações dessa possível família”, afirmou Pellini, completando que o calcário e os sedimentos dos desabamentos também danificaram a mumificação dos corpos.
Início da escavação da nova tumba, que pertence
ao chamado terceiro período intermediário
Uma das descobertas até agora, feita pela antropóloga forense da equipe, foi que alguns tinham patologia na coluna e, provavelmente, eram submetidos a trabalhos repetitivos. Agora, a equipe que inclui arqueólogos, antropólogos e especialistas em documentação, segue analisando no Brasil apenas o que foi produzido no Egito, como fotos, vídeos e medidas que foram tiradas dos objetos.

A próxima escavação começa entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020. A equipe vai avançar para a parte interna da TT 123, onde há muito material em superfície. Os arqueólogos já sabem que existe uma sala das estátuas, com um poço que deve ser o primeiro a ser escavado. Há também uma sala anexa à das estátuas, que mede cerca de 3,5 metros por 3,5 e tem pé direito de 2 metros. Ali, o professor explica que já é possível ver três ou quatro múmias, mas para se chegar a elas pode demorar ainda mais duas etapas de escavações. Tudo vai depender do poço da sala das estátuas, que se repetir o que ocorreu com o poço deste ano, pode conter ainda mais surpresas e descobertas.


Tumbas ou casas 
‘É muito raro ter arqueólogos preocupados em resgatar esse
passado que foi silenciado.’ Na foto, calça de criança ‘qrnawi’
Um dos objetos de pesquisa do grupo liderado por brasileiros são os dos ‘qrnawi’, que utilizavam as tumbas como casas ou estábulos. Por volta do ano 2000 houve um movimento de expulsão dessa população e cerca de 10 mil famílias foram tirados do local. “Normalmente, os materiais dessa época são considerados ‘lixo’. É muito raro ter arqueólogos preocupados em resgatar esse passado que foi silenciado. Isso é um dos aspectos mais importantes do projeto. Dentro dessa tentativa de resgatar e mostrar o nosso interesse nesse material, esse ano parece que houve um entendimento e eles [arqueólogos de outras nacionalidades] começaram a separar. E estamos começando a entender melhor como essa população usava as tumbas. Isso explica aspectos de mudança na estrutura das tumbas, um pouco desse comércio, clima, economia local”, destacou Pellini.

Outro aspecto abordado pelo é o chamado Projeto olhares, que levou um grupo de antropólogos da UFMG para fazer um registro fotográfico e de vídeo da experiência. A ideia é ter os olhares dos membros do time e das pessoas que moram lá, e as câmeras já estiveram à disposição dos interessados neste ano. No próximo ano, a equipe quer continuar e expandir e começar com a parte de pintura e performance musical na área das tumbas.

O arqueólogo revelou que para o ano que vem já estão programadas duas palestras no Cairo e em Luxor, que devem ocorrer em janeiro. O objetivo é mostrar um pouco do trabalho da equipe liderada pelos brasileiros do Projeto Amenenhet.

Fonte: ANBA

Descoberta arqueológica confirma história da Bíblia

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Maia uma descoberta histórica
Quem já leu a Bíblia provavelmente conhece a narrativa do rei Ezequias. Segundo conta a história do Livro Sagrado, ele reinou em uma cidade histórica e baniu dela todas as referências pagãs que ela possuía. Por muito tempo, especulou-se sobre a veracidade da cidade, que ficaria onde hoje é Israel. E um grupo de arqueólogos conseguiu provar que, sim, a história do rei Ezequias é realmente verdadeira. Em explorações na região, os arqueólogos fizeram a descoberta que especialistas da área e religiosos esperavam havia séculos. Lá encontraram um santuário e seu portal extremamente antigo. O portal, que foi desenterrado por inteiro pelo grupo de arqueólogos, está localizado no que hoje é a cidade israelense de Tel Lachish. Parte do portal já havia sido encontrada, mas só sua descoberta por inteiro confirmou a história.

“O que temos hoje é algo realmente muito especial, desenterramos o portal por inteiro. E podemos afirmar que o tamanho do portal coincide bastante com os conhecimentos históricos e arqueológicos que temos sobre essa história bíblica”, afirma Sa’ar Ganor, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel.

A porta encontrada é a entrada para uma área de 24,5 metros quadrados onde foram encontradas outras seis câmaras orientadas para a rua principal da antiga cidade. A descoberta foi muito comemorada tanto pela comunidade de arqueólogos como entre religiosos.

Mais duas descobertas respaldam histórias bíblicas

Outra evidência histórica
Arqueólogos israelenses descobriram uma marca do selo do rei bíblico Ezequias, que ajudou a transformar Jerusalém em uma metrópole na antiguidade. A inscrição circular em uma peça de argila de menos de um centímetro de comprimento pode muito bem ter sido feita pelo próprio rei, disse Eilat Mazar, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que dirigiu a escavação onde a peça foi encontrada. Ezequias reinou aproximadamente no ano 700 a.C. e foi descrito na Bíblia como um monarca ousado, “de modo que não houve ninguém semelhante a ele, entre todos os reis de Judá, nem antes nem depois dele” (2Rs 18:5), e que se dedicou a eliminar a idolatria em seu reino. “Essa é a primeira vez que a impressão de um selo de um rei israelita ou da Judeia veio à luz em uma escavação arqueológica científica”, afirmou Mazar.

A impressão na argila, conhecida como bula, foi descoberta junto ao pé da parte sul de um muro que cerca a Cidade Velha de Jerusalém, uma região rica em relíquias do período do primeiro dos dois templos judeus antigos. O artefato estava enterrado em uma área de descarte de dejetos que remonta aos tempos de Ezequias, e provavelmente foi atirado de um edifício real adjacente, segundo Mazar, contendo escritos em hebraico antigo e o símbolo de um sol com duas asas.

A bula foi catalogada inicialmente e armazenada, juntamente com 33 outras, após uma primeira inspeção que não conseguiu detectar sua verdadeira identidade. Só cinco anos mais tarde, quando um membro da equipe a examinou sob uma lupa e discerniu pontos entre algumas letras, é que seu significado ficou claro. Os pontos ajudam a separar as palavras “Pertencente a Ezequias (filho de) Acaz, rei de Judá”.

Mazar afirmou que a parte de trás da impressão na argila tem sinais de barbantes finos usados para amarrar papiros. “Sempre surge a pergunta ‘quais são os fatos reais por trás das histórias bíblicas?’”, disse. “Aqui temos a chance de chegar tão perto quanto possível da própria pessoa, do próprio rei.”


Itai Halpern
Foi destaque na semana passada [outra] descoberta arqueológica na cidade de Beit Shemesh (ou Bete-Semes, em português). Citada pela primeira vez no livro de Josué, o lugar ficou mais conhecido por ser parte do Vale de Soreque, onde viveu Sansão. Um menino de oito anos, chamado Itai Halpern [foto], fazia uma caminhada com sua família no sítio arqueológico (Tel) quando encontrou a cabeça de uma estatueta de Astarote (ou Aserá), divindade pagã dos cananeus.

Nesse mesmo Tel, em 2012, foi descoberto o chamado “selo de Sansão”. Com menos de uma polegada de diâmetro, retrata um homem com cabelo comprido lutando contra uma figura felina. Especialistas acreditam que é uma representação da história bíblica de Juízes 14.

A confirmação de que o achado do jovem Itai realmente é a cabeça da deusa foi feita pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Embora não seja a primeira do tipo, mostra que essas pequenas figuras de mulher eram muito comuns nas casas dos moradores do reino de Judá durante a época do Primeiro Templo. Curiosamente, essa não é a primeira descoberta arqueológica importante feita por uma criança neste ano. Dois meses atrás, o russo Matvei Tcepliaev, de 10 anos, achou um raro sinete de três mil anos de idade, em Jerusalém.

O culto a Aserá, conhecida por ser filha de Baal, foi condenado pelos profetas bíblicos repetidas vezes. Ela é chamada de “deusa dos Sidônios” (1Rs 11:5) e geralmente era representada com seios grandes ou múltiplos, o que a associava à ideia de fertilidade.

No livro de 1 Samuel, Bete-Semes é mencionada como a cidade para onde os filisteus levaram a “arca da aliança”, capturada por eles após uma batalha. O achado arqueológico do menino apenas confirma outras descobertas sobre a vida no território do antigo reino de Judá na época imediatamente anterior ao período do Primeiro Templo, chamada de “Idade do Ferro” pelos estudiosos.

Alon De Groot, um especialista, afirmou ao Jerusalém Post que “figuras como essa, com forma de mulheres nuas que representam a fertilidade, eram comuns nas casas dos moradores da Judeia no século 8 a.C. Possivelmente, até a destruição do reino pelos babilônios nos dias de Zedequias (em 586 a.C.)”.

Segundo a história, o rei assírio Senaqueribe invadiu e saqueou Bete-Semes no ano 701 a.C., e sua destruição foi concluída em 86 a.C. pelo rei babilônico Nabucodonosor.

Estado Islâmico destrói importante complexo arqueológico na Síria

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Estado Islâmico destrói importante complexo arqueológico na Síria

Tell Ajaja é um dos sítios assírios mais ricos da Síria, mas durante a passagem dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) por este local, estátuas milenares foram destruídas, além de baixos-relevos que não haviam sido desenterrados.
O EI já devastou um patrimônio inestimável na Síria e no Iraque. No caso concreto do sítio de Tell Ajaja, controlado por eles durante dois anos, conseguiu ser libertado em fevereiro de 2016 quando grupos curdos expulsaram os extremistas da maior parte da província de Hasake.
Localizado no alto de uma colina e a centenas de quilômetros da fronteira com o Iraque, Tell Ajaja oferece um espetáculo desolador. Ainda longe do local, é possível observar os restos dos objetos destruídos e grandes buracos no chão, resultado dos roubos, como constatado pela AFP.
Apesar de a maioria dos tesouros de Tell Ajaja, descobertos no século XIX, estarem em museus sírios e no exterior, os extremistas e outros criminosos levaram indícios ainda desconhecidos.
“Foram encontrados objetos desconhecidos, como estátuas e colunas. Muitas coisas foram perdidas”, lamenta Mamun Abdulkarim, chefe das Antiguidades sírias.
“Mais de 40% de Tell Ajaja foi destruída ou roubada pelo EI”, afirma Jaled Ahmo, diretor de Antiguidades de Hasake. “Os túneis perfurados destruíram níveis arqueológicos inestimáveis”, testemunhas da história econômica, social e política da época.
Páginas da História destruídas
Em 2014 apareceram fotos de extremistas destruindo a marteladas estátuas do primeiro e segundo milênios pertencentes ao patrimônio assírio, divulgado sobretudo no Iraque e na Síria, onde ocorre uma guerra devastadora desde 2012.
“Com escavadeiras esses bárbaros destruíram páginas da História da Mesopotâmia”, destaca Abdulkarim. “Em dois ou três meses reduziram a nada o que teria necessitado 50 anos de trabalhos arqueológicos”, acrescenta.
Fotos publicadas no site das Antiguidades mostram objetos danificados ou roubados em Tell Ajaja: baixo-relevos com inscrições em alfabeto cuneiforme, leões e animais alados – inclusive o “lamassu” -, criaturas com cabeça humana e corpo de touro, e leão com asas de águia, cujo objetivo era a defesa contra os inimigos.
A Assíria, com sua capital Nínive (atualmente no Iraque), foi um poderoso império do norte da Mesopotâmia. A arte assíria é particularmente célebre por seus baixo-relevos que recriam cenas de guerra.
“Tell Ajaja ou a antiga Shadicanni era uma das principais cidades assírias.” no território sírio atual, explica Sheijmus Ali, da Associação para a Proteção da Arqueologia Síria (APSA).
“O EI transformou a colina em zona militar”, conta à AFP um morador do local sob o pseudônimo de Jaled, que acrescenta: “ninguém tinha direito de entrar sem autorização”.
Contrabando para a Europa
“Verdadeiras hordas de homens armados entravam acompanhados de traficantes de objetos arqueológicos”, assegura outro habitante, Abu Ibrahim.
Tell Ajaja era conhecida como Tell Araban na época islâmica. Mas, lamentavelmente, “as camadas mais altas que se remontam a essa era também foram arrasadas”, afirma Jaled Ahmo.
Inúmeros vestígios foram contrabandeados através da vizinha Turquia para a Europa, segundo Abdulkarim, que alertou a Interpol.
Desde sua ascensão militar em 2014, o EI devastou muitos sítios mesopotâmicos no Iraque (Hatra e Nimrud) e na Síria, alguns classificados como patrimônio mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Na Síria, mais de 900 monumentos ou sítios arqueológicos foram afetados, seriamente danificados ou destruídos pelo regime, pelos rebeldes ou extremistas, segundo a APSA.

Arqueólogos encontram cemitério filisteu em Israel; Descoberta reitera narrativas bíblicas



A descoberta de um cemitério filisteu por uma equipe de arqueólogos liderada por pesquisadores israelenses é mais um capítulo da história da arqueologia moderna a referendar as narrativas bíblicas.
No último domingo, 10 de julho, os pesquisadores anunciaram que encontraram, em 2013, um cemitério filisteu. Essa descoberta seria a primeira da história relacionada aos sepulcros do povo inimigo de Israel, e poderá trazer luz sobre dúvidas a respeito de sua origem.
De acordo com informações da BBC, o anúncio da descoberta marcou o fim da escavação feita pela Expedição Leon Levy, que durou 30 anos na região do Parque Nacional de Ashkelon, no sul de Israel.
Os pesquisadores alegam ter encontrado 145 conjuntos de restos mortais em várias câmaras fúnebres, algumas delas cercadas por perfume, comida, joias e armas. Até onde se sabe, as ossadas são datadas dos séculos 11 a.C. e 8 a.C.

Segredo

A decisão de manter a descoberta em segredo por três anos foi tomada para permitir que as escavações fossem concluídas, pois o anúncio poderia atrair ativistas judeus ultraortodoxos, que se opunham ao projeto, acusando os arqueólogos de perturbar locais de sepultamento.
“Nós tivemos que segurar as nossas línguas por um longo tempo”, afirmou Daniel M. Master, um dos responsáveis pela pesquisa.
De acordo com especialistas que estudaram o período, não há consenso sobre a origem geográfica dos filisteus, um povo considerado migrante. Grécia, sua ilha Creta, Chipre e Anatólia, na Turquia, são apontados como possíveis locais de surgimento dessa estirpe.
“A equipe da expedição está agora fazendo exames de DNA, de datação por radiocarbono e outros testes nos restos mortais em uma tentativa de apontar sua ascendência. A maioria dos corpos não foi enterrada com itens pessoais, afirmam os pesquisadores, mas perto de alguns havia utensílios onde eram guardados perfumes, jarras e pequenas tigelas. Poucos indivíduos foram sepultados com pulseiras e brincos. Outros, com armas”, diz o texto da matéria da emissora britânica.
O arqueólogo Adam Aja, um dos integrantes da equipe de escavação, resumiu a descoberta: “É assim que filisteus tratavam seus mortos, e esse é o ‘livro de códigos’ para decifrar tudo”.
O filisteu mais famoso de que se tem notícia é Golias, o gigante guerreiro que tombou com um tiro de funda disparado pelo jovem pastor de ovelhas Davi, que o decapitou.