Mitos da Criação-parte 2

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Apesar das discrepâncias entre os mitos de criação, há também coincidências que surpreendem. Em meu livro Por Que Creio (CPB), publiquei uma entrevista com o doutor em Teologia com especialidade em Arqueologia, Rodrigo Pereira da Silva. Nela, Rodrigo mostra algumas dessas “coincidências” impressionantes. Ele aponta documentos como o Enuma Elish, o Épico de Atrahasis e o Épico de Gilgamesh como tendo fortes paralelos com a descrição bíblica da criação do mundo, a queda do ser humano e a vinda de um dilúvio sobre a Terra. “Por causa dessas similaridades, alguns historiadores têm sugerido que o relato bíblico não passa de um plágio de documentos mais antigos. Entretanto, as diferenças (que são muito mais significativas que as similaridades) fazem supor não uma cópia de material, mas antes uma referência múltipla aos mesmos eventos”, comenta Rodrigo.

K. A. Kitchen escreveu, em Ancient Orient and Old Testament: “A suposição comum de que este relato [bíblico] é simplesmente uma versão simplificada de lendas babilônicas é um sofisma em suas bases metodológicas. No antigo Oriente Próximo, a regra é que relatos e tradições podem surgir (por acréscimo ou embelezamento) na elaboração de lendas, mas não o contrário. No antigo Oriente, as lendas não eram simplificadas para se tornar pseudo-história, como tem sido sugerido para o Gênesis.”

Muitos pesquisadores como Levi Strauss, que consideram o relato da Criação um mero mito, admitiram que uma grande surpresa e perplexidade surge do fato de que esses temas básicos para os mitos da Criação são mundialmente os mesmos em diferentes áreas do globo.

A. G. Rooth analisou cerca de 300 mitos de criação encontrados entre tribos indígenas norte-americanas e concluiu que, a despeito de certa variação de costumes e outros fatores culturais, os mais variados grupos concordavam em alguns temas principais. Por que essas similaridades de idéias míticas e imagens abundam em culturas tão distantes umas das outras? Rodrigo responde: “A resposta, creio, não poderia ser outra senão a de que todas as tradições se encontram num mesmo evento real que, de fato, ocorreu em algum ponto da história antiga. Esse evento tem que ver com uma criação divina do planeta Terra e uma conseguinte queda moral da humanidade, que então se coloca à espera da redenção prometida.“

As similaridades dos mitos, portanto, apontam para o mesmo evento: a criação do mundo por uma Divindade. As diferenciações, “floreios” e distorções, ficam por conta dos homens que se encarregaram de redigir suas versões da história da Criação. E é aqui que começa o problema.

Acredito que tenha havido um dedo do inimigo de Deus aí. E como tudo o que ocorre neste mundo tem relação direta ou indireta com o grande conflito cósmico entre o bem e o mal, não seria demais supor que Satanás ajudou a difundir as mais absurdas idéias sobre a origem do Universo e da vida. Assim, numa era mais esclarecida, fundamentada no pensamento científico, nivelar os mitos de criação com o relato de Gênesis seria algo quase inevitável. E foi, de fato, o que ocorreu.

Mas qual é o interesse do inimigo nisso? Simples. O livro de Gênesis é a base de toda a cosmovisão do cristianismo, bem como do judaísmo e do islamismo, religiões que, juntas, abarcam grande parte da população mundial. Especialistas em Novo Testamento dizem que a doutrina de Cristo está edificada sobre a revelação do Antigo Testamento, que, por sua vez, repousa inteiramente sobre o relato de Gênesis. Se a história da queda não aconteceu de fato, Adão e Eva não cometeram pecado e não havia do que a humanidade ser salva. Assim, a crença na morte expiatória de Cristo perde completamente seu significado. Você compreende as implicações? Entende por que modelos científico-filosóficos como o evolucionismo ganharam tanto espaço, especialmente entre as culturas de formação judaico-cristã? Entende por que o ceticismo, o materialismo e o ateísmo avançaram tanto? Minimizando o relato da criação de Gênesis e igualando-o aos demais mitos das culturas ancestrais, acredito que Satanás conseguiu fazer as pessoas considerarem a Bíblia um alicerce frágil, incapaz de prover respostas para as grandes questões sobre a origem de tudo.

Satanás sabe que Deus é o Criador Todo-Poderoso que pode, pelo mesmo poder que trouxe tudo do nada à existência, recriar o ser humano pecador à Sua imagem. Sabe que homens e mulheres só podem ser plenamente realizados numa relação de amizade e comunhão com Seu Criador; por isso faz de tudo para que as pessoas se afastem do único caminho que as pode tornar verdadeiramente felizes.

Com os diferentes mitos de criação, o inimigo de Deus começou a preparar o palco chamado Terra para seus diabólicos atos seguintes, sempre com o mesmo objetivo: afastar homens e mulheres do Criador e de Sua revelação escrita, distorcendo-Lhe o caráter e arrebanhando mais e mais figurantes para sua peça macabra.

Não se esqueça: o anjo caído não dá ponto sem nó. Seus planos vêm sendo arquitetados há muito e logo chegarão a um desfecho. Precisamos estar apercebidos disso.

(Leia, por exemplo, Gênesis 1:1, Jó 12:7-9, Neemias 9:6 e Hebreus 1:10 e 11:3, para ter uma amostra das declarações bíblicas sobre a criação de Deus.)

Michelson Borges

2 comentários:

Anônimo disse...

seres de outro planeta criarao o homem ibrido os relatos mesopotamico prova isso mais os falssificadores judeus mudaro o rumo das hitorias escrita na biblia

Anônimo disse...

Muito bom o post, mas me responda algo.

Se o adventismo cre num anticristo, que personificaria a propria vinda do filho de Deus me responda o seguinte, porque satanás estaria preocupado em criar céticos, desbancando o genesis, se logo (pela logica adventista) viria o anticristo para personificar a volta de Jesus então os céticos creriam pois veriam o sobrenatural e creriam na biblia. Parece ser um contracenso.