Achado sistema hidráulico utilizado pelos romanos

domingo, 8 de agosto de 2010

O sistema de abastecimento de água de Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, onde os romanos extraíam ouro das rochas, era “monumental”. A conclusão é de arqueólogos alemães que, através de estudo geomagnético, descobriram 300 quilómetros de condutas.

Dois arqueólogos e dois estudantes de arqueologia da Universidade de Hamburgo terminaram, no final desta semana, um período de prospecções arqueológicas no Complexo Mineiro de Tresminas, um local classificado como Monumento de Interesse Nacional.

O estudo foi patrocinado pela academia alemã, pela Câmara de Vila Pouca e ainda pelo Ministério da Cultura e já se revelou proveitoso. De acordo com Regula Wahl, arqueóloga suíça viúva do engenheiro alemão a que se devem grande parte dos conhecimentos sobre o complexo, os estudos geomagnéticos feitos no local durante quase um mês permitiram descobrir dados relevantes sobre o sistema de abastecimento de água da exploração mineira.

“É uma coisa monumental”, admite a arqueóloga. Segundo Regula Wahl, a água provinha de dois cursos de água que distam entre si cerca de dez quilómetros: o Tinhela e o Frange.

Ao todo, foram descobertos mais de 200 quilómetros de condutas. “Algumas conseguimos ver onde começam e onde acabam, mas outras não”, explica a arqueóloga. Além disso, foram também descobertas três barragens em terra batida e ainda algumas mais pequenas em pedra.

De acordo com Regula Wahl, além de servir para o consumo, a água era especialmente importante para lavar o minério e para abastecer a verdadeira indústria metalúrgica que funcionaria no local para produzir as pontas de ferro das picaretas usadas para o desmonte das rochas onde o ouro se encontrava incrustado. Pelas contas da arqueóloga, estima-se que fossem necessárias mil pontas para cada período de trabalho de 24 horas.

As informações recolhidas durante este período de prospecção foram recolhidas através de equipamentos trazidos da universidade alemã e que permitem observar a composição do solo, sem ser necessário fazer escavações. “Com estes equipamentos consegue-se ver sem destruir”, explica Regula Wahl.

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