Especulações aqueologicas

domingo, 24 de janeiro de 2010

Recebi dia desses e-mail de um amigo com o sugestivo título “Cientistas descobrem Sodoma e Gomorra. Pior é que a informação vinha de um conhecido jornal lá do Sul. O “especialista” da vez é Michael Sanders, um sensacionalista que mentiu dizendo ser especialista em Arqueologia, Egiptologia e Assiriologia. Um repórter do Los Angeles Times apertou Sanders e ele confessou que não tem titulação alguma. Outro repórter disse que Sanders é um pesquisador free-lanceda Duke University e sua linha de pesquisa é a... parapsicologia! Deve ter feito escavações mentais (desculpe, não resisti...).
Sanders se baseia em fotos de satélite para dizer que encontrou o jardim do Éden, Sodoma e Gomorra e também a Arca da Aliança. O tal e-mail diz que os pesquisadores desenterraram uma coleção de vasilhas ricamente decoradas com motivos obscenos, e mais: “Todos esses objetos provenientes das legendárias cidades do pecado foram mandados para o museu de Israel, em Jerusalém. Mas é muito provável que o público não tenha a menor possibilidade de vê-los, devido ao grau indescritível de pornografia.” O que seria um “grau indescritível de pornografia” neste mundo corrompido de hoje? Acho que o público não verá as peças porque elas não estão lá...
Recentemente, em 2006, apareceu outro “especialista” chamado Bob Cornuke – ex-membro da Swat – que se tornou “pesquisador” em arqueologia bíblica e fundou uma associação chamada Bible Archaeology Search and Exploration para buscar, sobretudo, a arca de Noé.
Todos esses parecem seguir os passos do falecido Ron Wyatt. O Dr. Rodrigo Silva, esse sim, especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém e autor do livro Escavando a Verdade, me disse que, para ele, essa boataria internética é um desserviço à verdade. “Esse tipo de coisa traz descrédito à Bíblia e se constitui numa das maiores barreiras que a Arqueologia Bíblica enfrenta em instituições universitárias”, diz ele.
Alguns anos atrás, enquanto escrevia o livro Por Que Creio, entrevistei o arqueólogo brasileiro Paulo F. Bork. Doutor pela California Graduate School of Theology, em 1971, Bork fez cursos em várias universidades, como a Pacific School of Religion, da Califórnia, a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade de Londres, Inglaterra. Participou de diversas pesquisas e expedições ao redor do mundo e
lecionou História e Arqueologia Hebraica na Faculdade de Teologia do Pacific Union College, até 1989. Sobre Sodoma e Gomorra, o Dr. Bork me disse:
“Escavamos aquela região por vários anos e descobrimos coisas muito interessantes, que respaldam o relato bíblico. Existiam cinco cidades na parte leste do Mar Morto. Quando as escavamos, encontramos grande quantidade de cinzas. Em alguns lugares havia uma camada de um metro de cinzas. Não há outra maneira de explicar tamanha destruição e tanta cinza em um só local, a não ser pelo trágico relato de Gênesis.
“Anos antes, em 1924, o famoso arqueólogo William F. Albright, juntamente com M. Kyle, já haviam feito investigações profundas na região do Mar Morto, concluindo que seria ali a localização das duas cidades destruídas por Deus. Só que na época lhes faltavam equipamentos sofisticados dos quais dispomos hoje. Em 1960, Ralph Barney explorou o fundo do Mar Morto com um sonar e encontrou várias árvores a certa profundidade. Isso demonstra que a água do Mar Morto submergiu uma vasta área fértil. Mas ele não encontrou vestígios de civilização ali. Se aquele era o vale que encantou o sobrinho de Abraão, onde estariam as cidades? No lado oeste do Mar Morto há restos de uma cidade que chama bastante a atenção. Esse sítio arqueológico foi batizado com o nome árabe de Bab eh dra. A cidade que ali existiu data de mais ou menos 2200 a.C., e ali também há grande quantidade de cinzas.
“Em outras palavras, Bab eh dra foi destruída pelo fogo. Nem seu cemitério escapou das chamas, pois parte das tumbas também contêm vestígios de fogo. Mas o que causou esse grande incêndio? É importante frisar que não há na região presença de atividades vulcânicas. Além disso, quando os exércitos inimigos destruíam as cidades com fogo, geralmente poupavam seus cemitérios. Logo, há uma razoável possibilidade de que essa região contenha de fato os restos do que um dia foi uma região visitada pelo juízo de Deus.”
Finalmente, fica aqui o aviso: cuidado com e-mails e sites sensacionalistas! Verifique as fontes e desconfie das coisas antes de crer nelas.[MB]

Fonte:http://criacionista.blogspot.com/2009/08/especulacoes-arqueologicas.html

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