Os meninos arqueólogos

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008


Você sabia que dois dos maiores achados arqueológicos foram encontrados por crianças? É isso mesmo, meninos com menos de 12 anos de idade e que ainda freqüentavam a escola básica.

O primeiro ocorreu em 1880. Na época, a cidade de Jerusalém ainda não era governada pelos judeus e havia muitos palestinos que moravam dentro de seus muros (bem mais que nos dias de hoje). Como você já deve ter visto pelos jornais, os palestinos e judeus sempre brigam pela posse daquela terra e isso não é nada bom.

Mas, ignorando a estranha guerra dos adultos, havia ali um grupo de crianças que preferia aproveitar a vida brincando e fazendo amizades a odiar ou matar seu semelhante. Eles eram pobres e suas mães costumavam lavar roupas no tanque público de Siloé, que fica na parte sul da cidade. O tanque também é muito antigo. Suas águas vêm de um túnel de mais ou menos 540 metros que dá nas fontes de Gihom.

Os garotos gostavam de brincar de “pega-pega” atravessando o túnel, cuja água dava na cintura. Era muito escuro ali dentro, mas o uso de lamparinas ajudava a enxergar um pouco o local. Um dia, os meninos perceberam uma inscrição cheia de lodo e tiveram a idéia de chamar o professor Conrad Schick, um arqueólogo que estava passando uns dias na cidade. Quando ele pesquisou a inscrição achada pelos meninos, ficou surpreso com o que eles haviam descoberto: era um texto da época do rei Ezequias que contava como o túnel foi construído. A Bíblia também fala desse túnel (II Crônicas 32:2-4) e o achado dos meninos confirmou a história contada na Palavra de Deus.

O outro achado aconteceu 67 anos depois, em 1947. Um garoto chamado Muhammad edh-Dhib era pastor de cabras no deserto de Judá. Um dia ele saiu à procura de algumas cabras que haviam se perdido. Então se deparou com uma gruta e, curioso, jogou pedras para ver se os animais estavam lá dentro. Mas o que ouviu foi o barulho de jarros se quebrando.

Correndo para o acampamento de sua tribo, Muhammad chamou um adulto e o levou até o local do achado, na esperança de que se tratasse de um grande tesouro. Eles entraram no local e se surpreenderam ao encontrar grandes jarros de barro com tampa.

Para sua frustração, o que encontraram nos potes não foram tesouros, mas imensos rolos de manuscritos envoltos em tecido. Ali estavam os famosos manuscritos do Mar Morto, as mais antigas cópias da Bíblia de que se tem notícia. Elas foram escritas dezenas de anos antes mesmo do nascimento de Jesus!

Está vendo como até as crianças ajudam na história dos achados arqueológicos? Quando você estiver num acampamento ou num passeio com sua família, preste a atenção em todas as coisas ao redor. De repente, bem embaixo de seu pé, podem estar os fósseis de um antigo dinossauro que viveu antes do dilúvio. Boa sorte nas escavações!

Rodrigo Silva é professor de Novo Testamento no Centro Universitário Adventista e especialista em Arqueologia.

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