A riqueza de herodes

sábado, 1 de novembro de 2008


A Bíblia menciona vários reis da Judéia que tinham o nome de Herodes. Na verdade, trata-se de vários herdeiros de sangue real que tomavam esse nome por uma questão de monarquia, como ocorria com os vários césares que Roma teve.

Quando Jesus nasceu, o Herodes que comandava Jerusalém era um homem perverso e tremendamente político. Usando falcatruas e artimanhas, ele conseguiu acordos na corte romana e firmou-se no poder. Adorava construir prédios e parecia ser bom nisso. Ele completou o templo, ampliou os muros de Jerusalém e inaugurou teatros e hipódromos. Aliás, um dos anfiteatros que ele construiu foi restaurado recentemente e até hoje serve de palco para shows realizados em Jerusalém. Até cantores brasileiros já se apresentaram lá!

Mergulhado em investimentos imobiliários, Herodes tornou-se muito rico. Pesquisas arqueológicas revelaram que sua renda anual ultrapassava 13 milhões de denários, uma quantidade que hoje equivaleria a mais de 1,6 milhão de dólares (mais de 3 milhões de reais).

Mas a riqueza da família Herodes não vinha apenas do mercado imobiliário. Ele faturava muito dinheiro com os pesados impostos que impunha ao povo. Por exemplo, cada agricultor tinha que devolver 1/4 do que colhia para os cofres do governo; o comerciante tinha que pagar 1/3 sobre os grãos que vendia e 1/2 sobre as frutas. Era dinheiro que não acabava mais.

Nada disso, porém, trouxe paz à família real que vivia às voltas com assassinatos entre parentes, adultérios, ganância e louca busca pelo poder. Hoje, acredite se quiser, o túmulo da família de Herodes – que fica numa praça de Jerusalém – teve que ser lacrado pela prefeitura, pois acabou se tornando depósito de lixo e ponto de encontro para delinqüentes e traficantes de drogas.

Como é triste verificar pessoas sofrendo da síndrome de Herodes. Pensam que o dinheiro e a glória deste mundo podem garantir a verdadeira paz. Esquecem-se, no entanto, de que Cristo é o único que pode conceder a felicidade eterna e que, sem Ele, nada valerá a pena.

Rodrigo Silva é professor de Novo Testamento no Centro Universitário Adventista e especialista em Arqueologia.

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